Aparte ter ficar espantado com a atribuição de um Prémio com o nome do poeta e pensador Fernando Pessoa a um dignatário de uma organização religiosa de que o mesmo poeta e pensador era muito crítico,
assim como, eu, considerar não se enquadrar na filosofia do próprio prémio, fica-me a sensação de que, apesar dos méritos pessoais de Manuel Clemente, considerado como cidadão português,é claro, foi mais a reboque da sua qualidade de bispo, da vontade de integrar este prémio, neste ano de comemoração do Centenário da República e da já polémica visita papal, num movimento mais lato de recuperação da imagem cada vez mais embaciada da igreja católica e da presumível discussão sobre o papel da igreja durante a 1ª. República.
Pressurosamente,ao contrário do que sucedeu com a homenagem a Melo Antunes, o PR veio logo demonstrar a sua grande alegria pela atribuição do prémio ao prelado do Porto. Sintomático !