Desde o início da actual crise que a mesma ideia se me tem apresentado frequentemente.
Estamos mal e há quem promova, interna e externamente, que estamos sempre muito pior não cuidando das consequências das suas opções. Fazem inteiramente jus à máxima "quanto pior melhor".
Recordo-me sempre, a este respeito, de uma história antiga que nos ensinava a diferença de mentalidades dos povos.
Não vou especificar os povos em questão mas a carapuça servirá a quem se sentir atingido.
Era a história do "buraco" e rezava assim:
"A certa altura para demonstrar como os povos são diferentes fizeram dois buracos suficientemente largos e compridos para lá poderem caber 100 pessoas; a profundidade era o problema pois tinha cerca de três metros.
E então fizeram entrar em cada um cidadãos de dois povos diferentes e disseram: Se quiserem sobreviver tem de sair daí pelos vossos próprios meios.
Quais meios ? Estavam nus !Dependiam apenas de si próprios.
Enquanto a fome e o frio não apertaram os cidadãos de cada povo, cada um em seu buraco, mantiveram-se calmos, sem notícia de maior. O pior foi depois...
Começaram, então, a pensar na forma de poderem sair daquela situação; talvez a melhor, à falta de ferramentas, seria fazer uma escada humana de modo a poderem saltar os tais 3 metros..Um em baixo, outro nos seus ombros, e os restantes iam passando, escalando através dos seus corpos.
-Boa ideia! É mesmo isso! E vamos fazê-lo durante a noite porque é mais fresco e melhor para o esforço a realizar...
No dia seguinte, num dos buracos estava apenas um cidadão, os outros 99 tinham saído e andavam a procurar meios para retirar do fundo do buraco aquele que se sacrificou para que a maioria saísse.
No outro, estavam os 100 cidadãos, prostrados por terra, maltratados, ensanguentados, incapazes de poder realizar qualquer outra tarefa para promover a fuga.
O que se tinha passado? Simples!
No primeiro buraco todos cumpriram o plano para ultrapassar as dificuldades de todos; no outro,todos quizeram ser o primeiro a sair, sem respeito pelos demais, unicamente pensando em si próprios, no seu interesse, individualmente, egoistamente.
Ficaram todos lá sem solução para ninguém. Morreram de fome e de frio.
Todos os homens são livres e iguais em direitos; e todavia, alguns são livres para morrer à fome e iguais para morrer de frio. (António Soveral-1905)
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
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