Quando, na Comunicação Social, se começa a falar insistentemente em "elites" é sinal que alguém se começa de novo a sentir apertado.
Faz-me sempre lembrar aqueles almoços de açorda de marisco e vinho de Bucelas branco, gelado, que se faziam em bons restaurantes de Lisboa, a seguir ao 25 de Abril de 1974, em que "elites" bem pensantes discutiam como resolver os problemas da classe operária.
Hoje, voltaram a surgir encontros desses, embora os motivos políticos sejam de outra natureza. Mas são os mesmos, ou seja, as "elites" apeadas dos centros de decisão e que, encontrando-se marginalizadas, tentam conseguir fora das organizações, aquilo que dificilmente ganham dentro.
Temos exemplos desses, cada vez mais, a aparecerem e em todos os quadrantes,sejam de direita ou de esquerda.
É compreensível que, quem passou pelo 25.04.74 em actividade política, e na maioria dos casos na força da vida, se sinta nostálgico, e até compreendo, face às ideologias
que abraçaram, que sintam actualmente algum desconforto.
Mas existe agora uma situação nova:
-O Mundo mudou diametralmmente!
E as "elites", se o são, devem ter a capacidade e o conhecimento para encontrar novos caminhos capazes de apontar novos destinos e novas soluções, e aceitar, se a tal forem solicitadas, que deixem de se intitular de "elites".
Todos os homens são livres e iguais em direitos; e todavia, alguns são livres para morrer à fome e iguais para morrer de frio. (António Soveral-1905)
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