Julgava-se no início da campanha eleitoral que o que estava em discussão nestas legislativas era, fundamentalmente, o confronto entre visões políticas entre o PS e o PSD que determinaria o sentido do voto dos portugueses conducente à eleição de um novo governo.
Enganámo-nos.
O que vai estando em discussão é o, ou não, regresso ao passado.
Contra todas as previsões, o discurso de direita do PSD, partido estruturante da nossa democracia, tem-se tornado cada vez mais radical, com laivos de saudosismo Salazarista, correndo o risco do próprio CDS-PP poder ser considerado à sua esquerda, atirando aquele para os braços da direita reaccionária, comprometida com o Estado-Novo.
E o que é mais espantoso é que, a líder do PSD, cada vez mais acentua essa tendência .
Julgará a Senhora que com isso vai ganhar os votos dos descontentes. Mas engana-se.
Os portugueses podem estar descontentes com o governo, ou com as consequências políticas da conjuntura actual, mas não estão contra o regime democrático que levou à queda de Marcello Caetano e Tomás.
Os portugueses se, em certas coisas, têm a memória curta, noutras, como a Ditadura de 33-74, não se esquecem.
Nem se esquecem dos seus apaniguados nem daqueles, que pelo silêncio comprometido, nada fizeram por alterá-la.
É este, também, o drama de Ferreira Leite.
Sem passado político longínquo que possa apresentar , sem obra, como governante, de que se possa orgulhar, antes pelo contrário.
Daí parte para o insulto. Daí começa a baixeza de processos.
A candidatura da presidente do PSD é um grande revéz para o regime democrático.
Todos os homens são livres e iguais em direitos; e todavia, alguns são livres para morrer à fome e iguais para morrer de frio. (António Soveral-1905)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
A Hora da Poesia- Rádio Vizela
www.mixcloud.com/Radiovizela/hora-da-poesia-entrevista-a-miguel-gomes-coelho-10072019/?fbclid=IwAR095cmi1MHhzKytias_ssHY3hooCm5P2TqODIjm7w...
-
As "Alegações finais" de Alfredo Bruto da Costa, Presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz, sobre a fome no nosso país, e publ...
-
E volto aqui sempre que posso, enche-me o peito... E cada vez mais do que nunca...
-
Duvida sempre de quem se declara mais honesto que os outros. ("Para serem mais honestos do que eu têm que nascer duas vezes" ...
Nenhum comentário:
Postar um comentário