O que mais ressalta do debate de ontem entre José Sócrates e Passos Coelho é que no dia 6 de Junho este país vai continuar em crise política.
A assumida e quase suicida intransigência de Passos Coelho face ao seu principal oponente não auguram nada de positivo. Passos não quer só ganhar as eleições, não quer ser só primeiro ministro quer fundamentalmente destruir Sócrates politicamente.
Sócrates apareceu até agora como vítima de um "complot" com base numa aliança contra natura (direita/esquerda) e mandou às malvas a proclamada arrogância do animal feroz aparecendo como o mais conciliador dos candidatos face aos problemas políticos com que nos defrontaremos no futuro.
Assim tivemos um debate inconclusivo quanto ao vencedor, tudo dependendo do olhar de quem o viu e da leitura das entrelinhas dos discursos.
É inegável que Passos Coelho surpreendeu neste debate, contrariamente aos anteriores em que tinha sido derrotado sem apelo nem agravo. Mas a meu ver não surpreendeu pela positiva. Os ódiozinhos de que o seu discurso vem eivado projectam-nos uma figura que nos levanta as maiores suspeitas no exercício do cargo a que se candidata. Diria mesmo que quem ganhou este debate foi a intransigência, o país e os eleitores pouco beneficiaram com ele.
Começa agora a campanha verdadeira.
Espera-se o quê? Mais do mesmo ?
Por parte do PSD está escrito o guião. Por parte de Sócrates aguarda-se que volte a ser o que sempre foi, um combatente, um aglutinador de vontades. O País já sabe o que se passou; agora é de futuro que se tem de falar e não de quem ganha ou perde numa hora de conversa de surdos.
É isto que se aguarda.É isso que o País necessita. Até porque além do mais, como não temos em Belém um Presidente em quem possamos confiar na isenção, terá de ser na AR que o assunto tem de ser esgrimido e solucionado.
Deixar nas mãos do inquilino de Belém a resolução do problema é o pior destino com que nos poderemos deparar.
A ver vamos. A solução está no voto dos cidadãos.
Todos os homens são livres e iguais em direitos; e todavia, alguns são livres para morrer à fome e iguais para morrer de frio. (António Soveral-1905)
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