Da entrevista concedida por Francisco Louçã ao Diário Económico poucas coisas são novidade. Desde a sua intransigência em alguma vez entrar numa política séria de alianças, ao seu combate principal, como é natural de um pequeno partido de esquerda contestatária, ao Partido Socialista e às suas políticas de compromisso numa Europa e num Mundo em que isso não é só necessário como vital.
Mas o que mais dúvidas me suscitou foi o posicionamento face a Manuel Alegre.
Não consegui descortinar se Louçã e o BE apoiam Alegre ou se estão a utilizar de Alegre.
Perante a tarefa extremamente dificil que o candidato de Águeda tem pela frente no combate desigual com Cavaco mais me parece que Louçã e o seu Bloco estão a utilizar Manuel Alegre como arma de arremeço e desgaste do Partido Socialista para futura cobrança de benefícios .
Quando se pretende uma frente unida num propósito não se exclui ninguém. Esquecem-se o que disseram de Lello quando este afirmou que não apoiava Alegre; do mesmo se afirma agora Louçã face à participação possível de Sócrates na campanha ao lado de quem se recusa a fazê-lo.
Quando Louçã se afirma opositor frontal do Partido do Governo, e que não diga hipocritamente que é só de José Sócrates e amigos, está a condicionar a participação do PS e do seu secretário-geral na campanha e a deixar transparecer que seria politicamente benvindo ao Bloco, o não apoio dos socialistas ao candidato, para com isso poder abrir uma nova frente de contestação popular à esquerda contra os seus inimigos políticos de eleição.
E Manuel Alegre, que posição tomará?
Também para ele fica difícil a gestão da sua campanha face à deterioração da relação entre apoios.
Também ele terá de medir o discurso político e não se deixar entusiasmar com tiradas que lhe poderão render alguns votos mas lhe poderão retirar muitos mais.
Mas isso a Louçã não importa, desde que o Bloco ganhe (?) mais algumas franjas no combate com o Partido Socialista e José Sócrates.
Todos os homens são livres e iguais em direitos; e todavia, alguns são livres para morrer à fome e iguais para morrer de frio. (António Soveral-1905)
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