quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Afinal o que querem os Portugueses ?

Acabou o tempo de férias.
E lá voltamos nós, de novo, ao noticiário político habitual.
Novidades nenhumas. Parece até que não houve tempo de férias. Os assuntos são os mesmos.
E lá vêem os funcionários públicos com as suas renvidicações, com especial destaque para os professores e outras corporações que têm larga repercussão na Comunicação Social.
E vem o desemprego no sector privado com o encerramento de empresas e/ou outras maquinações de gestão.
E aparecem, de novo, os partidos com as suas "rentrées" a exigir o que acham necessário para dar a volta às dificuldades do País e a aproveitar-se de situações, mormente a segurança,para contabilizar a seu favor o descontentamento popular.
E aparece o Governo e o seu partido a afirmar que tudo corre segundo o previsto e o que não corre já tem medidas apropriadas para a sua resolução.
Mas afinal o que querem os Portugueses ?
Os Portugueses querem tudo o que os possa beneficiar e pouco ou quase nada a que possam ser obrigados.
Os Portugueses querem viver e ganhar à europeia ou à americana mas não querem leis e obrigações à europeia ou à americana.
Querem uma economia aberta e liberal mas não os efeitos das mesmas.
Quere-se tudo o de melhor que os outros têm mas não se quere tudo aquilo a que os outros são obrigados.
Olha-se permanentemente para o Estado como responsável pelo desemprego, mas não se olha para si próprio como responsável pela sua manutenção no desemprego.
Deseja-se uma melhor economia mas exige-se o que a economia não está apta a dar.
Diz-se mal da Educação mas a grande maioria não se preocupa minimamente com a educação dos seus.
Diz-se mal do volume de impostos mas todos procuram e dão-se a ares por fugir aos impostos.
E poderia continuar por todas as outras áreas da governança que se encontraria, decerto, razões e motivos para uma situação e o seu contrário.
Afinal o querem os Portugueses ?
Assim este país parece um circo, muita côr e muita luz, mas também muita dôr humana e muita miséria, e nós, que nele vivemos e olhamos, começamos a pensar que não somos mais do que uns meros e desengraçados palhaços.

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