sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Casamento de homossexuais

Não é segredo para ninguém que a recusa da Direcção do PS, em dar luz verde à aprovação do Lei sobre o casamento de homossexuais, é resultante de mera estratégia política, por um lado, porque não quere ir a reboque do BE, por outro, porque teme um juizo punitivo da sociedade portuguesa onde persiste uma conservadoríssima concepção sobre estes temas.
É o pragmatismo, tentando reduzir ao máximo as eventuais armas de arremesso político que a direita poderá vir a utilizar junto do eleitorado, e também a assumpção de que, numa época de dificuldades, não há razão alguma para ir abrir mais uma situação de rotura com a maioria do eleitorado.
Por outro lado, um partido que tem tido a coragem de realizar tarefas de indiscutível significado, não deveria ter receio de avançar com a liberdade de voto aos seus deputados, primeiro porque é um assunto de concepção pessoal,segundo, porque os deputados devem, sobretudo, ser livres na sua apreciação dos problemas.
Dito isto, e quanto à essência do problema, o casamento dos homossexuais, e partindo dos princípios constitucionais, por um lado, e dos princípios de ordem pessoal, por outro, sou absolutamente favorável ao reconhecimento desse direito e, mais, aceito perfeitamente a possibilidade de adopção por parte dos intervenientes.
A capacidade de amar, de proteger, de desenvolver, etc, não tem sexo.
A possibilidade de viver feliz também não.
É claro que hoje, porque não quero ser acusado de perseguição, não comento as posições, sobre o assunto, da hierarquia religiosa.

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