terça-feira, 2 de setembro de 2008

Paulo Pedroso ganhou acção contra o Estado

Não o conheço pessoalmente e a única coisa que podia dizer a seu respeito é que tinha sido um belíssimo governante.
Fiquei espantadíssimo com a acusação contra ele formulada apenas porque, defeito humano, aquela figura pública nunca me despertara qualquer animosidade. Mas quem vê caras não vê corações e, daí, dar o benefício da dúvida às autoridades judiciais.
Com o decorrer do processo, que sempre me cheirou a esturro, e com as decisões posteriores da Justiça, mais se foi inculcando no meu espírito que o pobre do homem estava a ser vítima de uma maquinação sabiamente dirigida.
Mas como ele próprio diz, hoje no DN, a Justiça venceu e há que acreditar nela mais do que nunca.
Ora o que isto levanta, neste momento, é que podemos e devemos acreditar na Justiça, mas será que devemos ou podemos acreditar nos seus agentes, ou melhor, indiscriminadamente nos seus agentes ?
Creio que não !
Se fosse um empregado superior de uma empresa privada a dar um prejuízo à sua entidade patronal de 100.000 Euros, neste momento, já estava despedido e dificilmente arranjaria novo emprego com as mesmas atribuições.
Em Portugal isso não se passa na Justiça.
Um qualquer agente judicial, seja qual for o seu cargo, pode cometer os maiores dislates que raramente é sancionado pelas estruturas de que depende.
O que vai acontecer ao célebre, tristemente célebre, juiz Teixeira ?
Nada ! Vai continuar a julgar.
Para ele nada sucede como responsável de arbitrariedades e maus julgamentos, tudo com base numa inimputabilidade mais do que discutível.
E quem fala do juiz Teixeira fala nos outros todos que deram o seu amen a este processo ou no que contribuiram para o mesmo. Inclusivé, a antiga Provedora da Casa Pia. Também ela tem culpas largas neste cartório.
Fico satisfeito pela constante de vitórias de Paulo Pedroso contra os excessos da justiça, não da Justiça, mas só pergunto:
-Quem vai pagar os 100.000 Euros ?
-O Dr. Teixeira, os responsáveis do MP e da Judiciária ?
-Não ! Somos todos nós, os nossos impostos, aquilo que nos custa a ganhar.
Somos nós que pagamos os dislates de certos agentes da justiça, não da Justiça.
Que bom seria se pudessemos pedir o retorno, como nas Finanças, aos agentes responsáveis por má gestão dos processos. A todos !

Um comentário:

Leonor disse...

Bem verdade ... assim como também o é, que se qualquer um de nós intentasse uma acção igual à do Paulo Pedroso, talvez, só talvez, a visse resolvida daqui a dez anos, com prescrição certa a meio do processo e se ele chegasse ao fim, não receberia 10.000 € sequer!
Do outro lado da moeda, continua a ser a justiça que temos ...

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