quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Do Orpheu 2


IV

Que pandeiretas o silêncio d'este quarto!...
As paredes estão na Andaluzia...
Há danças seensuaes no brilho fixo da luz...

De repente todo o espaço pára...,
Pára, escorrega, desembrulha-se...,
E num canto do tecto, muito mais longe do que elle está,
Abrem mãos brancas janellas secretas
E ha ramos de violetas cahindo
De haver uma noite de primavera lá fóra
Sobre o eu estar de olhos fechados...

Orpheu 2 - Chuva oblíqua - Fernando Pessoa
Ed. Ática

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