Já começaram a tinir as campainhas.
Já apareceu, de novo, alguém a falar em nome dos "socialistas católicos". Já apareceu, também, alguém a falar em nome dos "católicos católicos", o clero e crentes, mas ninguém dos "socialistas socialistas".
Parece que estamos a brincar mas não estamos.
Em termos políticos os dois primeiros não existem só existe o último.
E os dois primeiros não existem pela simples razão constitucional de que é proibida a utilização de referências religiosas nas menções dos partidos políticos.
Os católicos falam por si, enquanto católicos não enquanto socialistas.
Os socialistas, enquanto políticos, não falam de religião, são laicos.
Não se mistura política com religião. A política é laica, dirige-se à vida civil; a religião é para os crentes, nada mais.
Mas o advento destas designações não é inocente. O que pretendem estes pretensos, não sei se católicos nem sei se socialistas, é lançar, de novo, a confusão e começar a lavrar terreno para um referendo sobre o casamento das pessoas do mesmo sexo. É esse o seu intuito.
Nós já estamos habituados àqueles que dizem pertencer a um partido mas que descredibilizam esse partido. É uma táctica para minar o partido a que "dizem" pertencer. Será que a ele pertencem na realidade ?
E normalmente tais atitudes são transmitidas rapidamente à Comunicação Social.
Mas isto é folclore.
O que interessa, agora, é sim ou não à hipótese de um referendo.
É claro que não !
Primeiro, porque também nunca se referendou o casamento entre heterosexuais, como nunca se referendou muita outra coisa.
Em segundo, porque o assunto, fazendo parte do programa do partido vencedor das eleições, foi já aprovado.
Acresce que a AR tem maioria mais do que absoluta para legislar sobre o assunto. Mesmo que o PR, por razões pessoais, vete o diploma.
Os católicos que não aceitem o casamento entre cidadãos do mesmo sexo têm um belíssimo caminho a percorrer. Se forem homossexuais não se casem.
Agora, pelas suas crenças, não podem, de algum modo, prejudicar civilmente uma parte da população tão cidadã quanto eles, nem a isso têm direito.
Todos os homens são livres e iguais em direitos; e todavia, alguns são livres para morrer à fome e iguais para morrer de frio. (António Soveral-1905)
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