Fazer política com base popular profunda é coisa que o Bloco desconhece.
Ontem ficou bem patente a fragilidade do partido, a sua falta de implantação nacional, e porquê não dizer, a fragilidade da sua mensagem.
O Bloco é um partido que congrega descontentes de uma burguesia desiludida e só sabe funcionar como organização que faz do protesto a sua principal arma.
Ontem voltou à terra, depois de alguns meses a navegar pelos castelos de nuvens que pontuam o céu da política portuguesa.
Além do mais, desta vez, a demagogia de um certo esquerdismo pomposo não funcionou .
Por outro lado, Louçã, deve ter constatado, de vez, que o Bloco não existe sem ele, e que se ele perde o Bloco perde ainda mais.
No que respeita a Lisboa, a desilusão, então, ainda foi maior . O Bloco perdeu copiosamente e deve-lhe ter ficado de emenda o querer dividir aquilo que poderia estar unido e que a sua influência, afinal, não existe nos termos em que sonhara.
Todos os homens são livres e iguais em direitos; e todavia, alguns são livres para morrer à fome e iguais para morrer de frio. (António Soveral-1905)
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Um comentário:
De facto... às vezes, a realidade é a melhor conselheira... nomeadamente para o recentrar analítico contra uma certa sobranceria autocêntrica...
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