"Dois amantes felizes não têm fim nem morte,
nascem e morrem tanta vez enquanto vivem,
são eternos como é a natureza."
(Pablo Neruda- Antologia Breve-Cem sonetos de Amor-XLVIII)
Todos os homens são livres e iguais em direitos; e todavia, alguns são livres para morrer à fome e iguais para morrer de frio. (António Soveral-1905)
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2 comentários:
Poema abstracto
Circunspecto, o Sr. Pablo pintor
assimila um verso do Sr. Pablo poeta:
Dois amantes felizes não têm fim nem morte.
Em frente da tela traça uns traços com raiva
e um ror de linhas paralelas e contorcidas
e uma catadupa de delirantes pinceladas.
Dá-lhes luz e movimentos sem nexo.
O pintor recua extenuado e relê o verso.
Os corpos foram desenhados em dois tempos.
Têm as mãos e as pernas e os braços enlaçados,
têm olhos e nariz e boca e até sorriem
mas são rostos subtilmente quadrados.
O poeta, em frente da tela, teria dito:
o amor é uma amálgama de cubos.
Agradeço-lhe muito o poema que me enviou.
Como deve ter entendido também eu, de quando em vez, enveredo por essa forma de expressão, com as devidas proporções, é claro.
Quanto ao poema, de que gostei bastante, é um bom retrato da vertigem que é o acto de criar. Seria o mesmo se fosse o poeta a "ler" a tela do pintor; a vertígem é a mesma, chega a ser sofrimento.
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