Desafiou-me o Henrique Antunes Ferreira, do " A minha Travessa do Ferreira ",a dar seguimento a esta "cadeia" em que cada um fala um pouco de si ou das suas experiências. O Humor ou a ausência dele são opção de cada autor.. Diz ele, no seguimento do pedido que deixou , que aqui vai o texto com as regras.
1- Seguir as regras.
2- Levar o selo que identifica quem está, esteve ou estará na brincadeira. Colocar o selo no início da mensagem.
3- Completar as seguintes frases:
Eu já tive ...alturas em que considerei que era impossível viver neste Mundo.
Recordo-me perfeitamente dos tempos, ainda nos da outra senhora, em que olhavamos para as democracias lá fora como o máximo a que podiamos e devíamos aspirar. Era o Eden da nossa vida política. O poder votar livremente, o poder falar para o lado sem olhar primeiro por sobre as cabeças, tentando descobrir aqueles que andavem sempre de cabeça baixa mas olhavam a nossa boca e os nossos olhos.Também tive alturas em que pensei que o caminho deste país era aquilo que tinha sonhado, uma sociedade linda, sem pressões, sem especulações, sem confusões.
Mas tive de aprender.
Bolas, eu tinha nascido na ditadura, não podia saber tudo. Ainda por cima nunca tinha saído do rectângulo, nem para a tropa, da qual tinha ficado livre por obra de maleitas da minha meninice.
Portanto, experiência só aquela que nos era trazida por alguns livros que nos iam chegando e, nas demais das vezes, vendidos já embrulhados e tirados à socapa de baixo do balcão.
Dos livros e dos contactos mascarados de grupos de poesia, grupos cénicos, clubes de cinema, tertulias de estudantes, encontros aqui e ali.
Foi um tempo dos diabos que ainda recordo mas do qual não sinto nostalgia, porque estava "preso"; eu e os outros todos que habitavam neste país. As nossas grades, que para muitos eram reais e com tortura, para nós, os cá de fora, eram só de tortura, não fisica, mas da outra que também marca gerações. A tortura da impossibilidade de ser.
Eu nunca...disse que era do Benfica !
T'arrenego, Satanás !
Eu, “Lagarto”, embora não empedrenido - quem o ganha não sou eu e convenhamos que ganham demais - se há coisa que me afecta, e resido na freguesia de Benfica, é passar junto à tubagem da unidade de transformação de lixos que existe na segunda circular de Lisboa, ali à esquerda, pouco antes de se chegar à entrada da IC19., ao pé do Fonte Nova .
E não sou fundamentalista, vejam lá se fosse...
Eu sei...que gostava de continuar a sentir-me útil, agora que passei à classe da utilidade mínima, isto é, já estou reformado e tenho netos.
Por isso mantenho um certo número de actividades que pelo menos me distanciem daquele amigo estrangeiro, o “Hall Zeimmer”, que tantas amizades pretende fazer na chamada terceira idade.
Por isso descobri, aqui na minha área.,aquilo a que chamo um "Centro-de-Dia-em-que-se-aprende-qualquer-coisa-e-nos-mantem-ocupados-umas-horas-diárias", aparte o gosto de continuar a gostar de navegar na net, e com um blog, promover a boa relação entre as pessoas e as ideias.
Eu quero... tendo recebido hoje, que amanhã ainda me reste o suficiente para poder viver até ao fim do mês.
É um problema antigo dos portugueses. Sobra sempre mais mês no fim do dinheiro. E agora não há patrão para meter um vale. Agora não vale de nada...
Eu sonho... que amanhã acordo e já nasceu o meu quinto neto. Ou melhor, neta. Já sabemos que é neta.
Longe vão os tempos em que, enquanto a mãe berrava com dores, o progenitor, contava os quadrados, normalmente pretos e brancos, que atapetavam o chão das salas de espera, ou entre portas, das clínicas especialisadas em nascimentos. Nessa altura, amigos, também a gente sofria.
Não havia ecografias digitalizadas, nem análises especiais. Era esperar, e esperar e esperar, e aguardar pelo desfecho que desejávamos, sempre, ser o melhor possível.
Era uma grande aventura o ser mãe, mas não menor, o ser pai.
E, agora, posso dizer, ser avô também encanita.
Afora isso, sonho, também, e a vida volta sempre ao princípio, que a minha neta que vai nascer, tal como os outros quatro, tenha no futuro um país em que vale a pena viver, democrático naquilo em que a palavra tem de mais profundo, solidário, naquilo que a humanidade tem de melhor, fraterno, na forma mais elevada de olhar o outro.
Enfim, só quero que sejam felizes e cidadãos de corpo inteiro.
E agora para continuar a cadeia, desafio, e tenho a certeza de que vai ser interessante,
Ana Paula Fitas do " A nossa candeia "
Ana Paula S. Belo do "Catharsis"
Maria Josefa Paias do "Restolhando"
Leonor Rosado do "Outro Sentido"
Analima do "Dias imperfeitos".
7 comentários:
Vou tratar disso, sim Senhor. Que avô mais babado e investido nas alegrias inerentes ao posto ...
Beijinhos
Que bonito desafio, T.Mike... vou, naturalmente e com muito gosto, dar continuidade a esta ideia... peço apenas um bocadinho de tempo porque estou atrapalhada com trabalho... mas, como já sei que não resisto muito tempo, talvez amanhã já aqui possa dizer: Já está! Um grande abraço :)
T. Mike, gostei imenso de o ler, a sua voz serena e cheia de esperança, as suas cativantes palavras...
Quanto ao desafio, é mesmo bonito, sem dúvida. Vou gostar de lhe dar continuidade. Também ando com muito trabalho, mas em breve responderei, com todo o prazer.
Deixo um abraço :)
Miguel(T.Mike),
Confesso que este desafio é difícil com as minhas idiossincrasias.:) Mas vou tentar!
Um abraço.
Para todas Vós :
"YESSSSS!!!!!"
Bem e eu não quero ficar de fora dos agradecimentos. Só mulheres e aqui está mais uma a queixar-se de muito trabalho! E a somar-se a esse facto está a dificuldade em seguir estas regras. Mas bem, não havendo prazo, vou tentar...
Analima,
o serem só mulheres é mero acaso muito embora sejam das pessoas com quem mais tenho, actualmente, conversado na bloga.
Quanto a prazos não existem nem isto é nenhuma sangria desatada.
De qualquer modo obrigado pela disponibilidade,
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