quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Poemas de Natal (II) - Fernando Pessoa


Natal

Natal... Na província neva.
Nos lares aconchegados
Um sentimento conserva
Os sentimentos passados.

Coração oposto ao mundo,
Como a família é verdade !
Meu pensamento profundo,
Estou só e sonho saudade.

E como é branca de graça
A paisagem que não sei,
Visto de trás da vidraça
Do lar que nunca terei.

(Cancioneiro do Natal Português)


6 comentários:

Maria Josefa Paias disse...

Miguel, já reparou que alguns poemas de Fernando Pessoa (ortónimo) têm um "aparente" tom popular? Depois, analisando com mais atenção, encontramos também neles os temas de sempre de outros poemas e da prosa, a sua inadaptação ao mundo, a sua solidão.
Posso referir este postal no nosso Clube?
Um grande abraço.

Miguel Gomes Coelho disse...

Maria Josefa,
Também senti o mesmo.
É na realidade extraordinário. Quanto mais procuro mais gosto.
Claro que o pode utilizar para o clube !
A partir do momento em que publiquei o post deixou de ser meu, é nosso, é de todos.
Umabraço.

Benjamina disse...

Miguel
Este poema está-me entranhado desde a infância, e não sei bem porquê!
Gostei muito de o revisitar aqui.
Um abraço

Miguel Gomes Coelho disse...

Benjamina,
é, para mim, um poema de solidão, mais pesada ainda por ser Natal, onde a família é central.
Também me impressionou.
Um abraço também.

Miguel Gomes Coelho disse...

mdsol,
obrigado pelo sorriso.
Saudações.

Patriota disse...

Agradeço o comentário que fez ao meu blog, é sempre um gosto receber visitas.
Ler os poemas de Pessoa ortónimo é como rever a criação artística que tão bem explica o lado oculto da arte. Ou como o próprio diria: "tudo é oculto"...

p.S.: acrescento que adicionei o seu blog aos meus favoritos!

A Hora da Poesia- Rádio Vizela

www.mixcloud.com/Radiovizela/hora-da-poesia-entrevista-a-miguel-gomes-coelho-10072019/?fbclid=IwAR095cmi1MHhzKytias_ssHY3hooCm5P2TqODIjm7w...