Natal... Na província neva.
Nos lares aconchegados
Um sentimento conserva
Os sentimentos passados.
Coração oposto ao mundo,
Como a família é verdade !
Meu pensamento profundo,
Estou só e sonho saudade.
E como é branca de graça
A paisagem que não sei,
Visto de trás da vidraça
Do lar que nunca terei.
(Cancioneiro do Natal Português)
6 comentários:
Miguel, já reparou que alguns poemas de Fernando Pessoa (ortónimo) têm um "aparente" tom popular? Depois, analisando com mais atenção, encontramos também neles os temas de sempre de outros poemas e da prosa, a sua inadaptação ao mundo, a sua solidão.
Posso referir este postal no nosso Clube?
Um grande abraço.
Maria Josefa,
Também senti o mesmo.
É na realidade extraordinário. Quanto mais procuro mais gosto.
Claro que o pode utilizar para o clube !
A partir do momento em que publiquei o post deixou de ser meu, é nosso, é de todos.
Umabraço.
Miguel
Este poema está-me entranhado desde a infância, e não sei bem porquê!
Gostei muito de o revisitar aqui.
Um abraço
Benjamina,
é, para mim, um poema de solidão, mais pesada ainda por ser Natal, onde a família é central.
Também me impressionou.
Um abraço também.
mdsol,
obrigado pelo sorriso.
Saudações.
Agradeço o comentário que fez ao meu blog, é sempre um gosto receber visitas.
Ler os poemas de Pessoa ortónimo é como rever a criação artística que tão bem explica o lado oculto da arte. Ou como o próprio diria: "tudo é oculto"...
p.S.: acrescento que adicionei o seu blog aos meus favoritos!
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